Um blog sobre a vida

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23, 26... 20?


posted by Angel on

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Podia ser a chave do euromilhões mas foram mesmo os km do Trail da Raposa que teve a sua segunda edição no domingo dia 31.
Uma prova que poucos dias antes a organização avisou que passou dos 23k inicialmente previstos para 26k. Até aqui tudo bem, quem faz 23 faz 26 embora isso me fosse consumir mais uns minutos ao preenchido domingo.

O dia começou bem cedo 7h20 já estava à porta da minha companheira de luta e uma hora mais tarde depois de apanharmos um outro elemento pelo caminho estávamos a chegar a paredes.
Levantamento de dorsais tranquilo, t-shirts com o tamanho pedido já nos sacos (boa!), tempo para uma banana e umas fotos.
Partida dos 42k e dos muitos caminhantes(!). Em todas as provas que participei onde os da caminhada partiram antes, deu sempre barraca. Dez minutos depois partíamos nós. A primeira paragem foi nem um km depois, junto da estação de comboios, uma confusão monumental.
Esta prova incluía o trajeto de comboio de todos os participantes desde a estação de Paredes à de Trancoso. Ideia muito boa e original mas certamente os contornos deveriam ser outros, assim ficámos retidos demasiado tempo até entrar no comboio. Partimos no segundo comboio e quando chegámos ao apeadeiro de Trancoso os dos 42k estavam a partir, afinal o local da partida era ali, seguiram-se os da caminhada que foram num outro sentido e por fim nós.

A prova corria bem, o prato do dia era pó bem condimentado sob um sol que deixava os camarões tostadinhos para os mais incautos.
Algures entre os km 5 e 7 o percurso afunilava para se passar num pequeno túnel e como era uma prova com bastantes participantes ficámos retidos. 10 minutos de espera em passo de caracol. O pior ainda estava por vir e nem o caracol nos ia safar. Um metros depois, o caos completo, uma pequena multidão à espera não sabia eu bem de quê, provavelmente era ali que estava o porco no espeto ou estariam a dar rebuçados. 40 minutos depois descobria que o motivo, provavelmente a organização esmerou-se em algo novo e inovador, paragem para sentir os diferentes odores e partilha de humidade. Eu partilhei tanto da minha humidade que acabei por secar totalmente.
Após passar o declive nas rochas que tinha de ser feito com cordas pensei que estava livre de filas e confusões mas esse foi sol que brilhou pouco. Na Sra. do Salto fila, mais 10 minutos para passar aquele local e até aqui já levava um acumulado de 1h na velocidade parada e parada. Cheguei ao primeiro abastecimento com a minha moral para lá de espetacular. Oh sim, estava a fazer um tempo tão bom que entrou diretamente para o top do meu PWT.

Depois daquele ponto a minha performance foi pelo ralo e pela primeira vez num trail a palavra desistir passou com letras garrafais à minha frente e o brilho do néon. 
A minha companheira de luta deu o mote e não consegui deixar de pensar mais naquilo. Ambas tínhamos compromissos que estavam a ser postos em causa por causa de um atraso nada previsto no programa das festas. A nossa tábua de salvação era o outro elemento do grupo que tinha ido na caminhada por ainda estar a recuperar de uma lesão. Mas no meio do nada, tínhamos de ir até ao segundo abastecimento para que ele nos pudesse apanhar.
Apesar de ser forçada a desistir eu queria ir até à meta e o nosso companheiro estava incrédulo por  nos ter de levar lá, para ele aquilo era batota. Oh sim olha o roto a falar do nu, ele com dorsal de 23k a ir na caminhada... e não era propriamente batota porque íamos ser desclassificadas. O que eu queria mesmo era ter direito a tudo o que paguei, último abastecimento e prémio finisher. Terminei na verdade, embora encurtando a prova.

Outro apontamento interessante é que poucos dias antes da prova esta cresceu dos 23 para os 26. Para mim ficou pelos 20k.

Pronto mais uma prova que risquei.